Mas quem será tão snobe homem? Quem será ele? Como é que é possível não saber e ter saudades? Saudades do seu toque e da sua palavra. Vontade de o ouvir e do amar. Força para o ter e para o desejar. Desejo de o possuir, de nos fundirmos. Mas quem será? Mas, confesso, gostava. Gostava que entre este mundo e o outro tu existisses. Gostava que a memória que tenho em mim, não seja apenas um capítulo por escrever, mas uma história com continuidade. Espero. Espero. Espero. Eu espero por ti. Quer dizer, eu espero por ti há tanto tempo. Já me perdi nos dias, nas horas, nos momentos. Encontro-me sempre no mesmo sítio, com o mesmo entusiasmo, somente à tua espera. Mas e tu? Tu esqueceste sempre, não chegas à hora marcada e, decerto, quando decides em aparecer, eu já fui com o vento. A minha esperança já acabou. A chuva já levou com ela todas as minhas memórias. Já te levou de mim. Mas sabes o que acontece depois? O sol trás-te no seu brilho, o arco-íris relembra-te no seu abraço. E tu voltas. Eu volto a ti. Tudo recomeça. Mas é aí que dás comigo em doida e que eu não sei mais o que pensar e o que fazer para tu parares de vez, nem que seja só um bocadinho, e te lembrares de mim. Eu espero. Eu tenho todo o tempo do mundo. Porque te quero. Porque te quero como nunca quis ninguém. Porque sei que tu estás aí, algures, reservado para mim. Porque, sei, que apesar de não me quereres ouvir, tu segues-me para todo o lado, não consegues evitar, não consegues deixar de fazê-lo. E, sabes que mais? Eu vou continuar a esperar, no mesmo sítio de sempre, como sempre o fiz. Porque, eu sei.
