Coração voador

O meu coração está carregado de melodias: melodias dançantes e verdadeiramente reais.

Arco-íris

domingo, 22 de novembro de 2009

recomeço.





«Vi-te partir, a sensação foi um tanto boa, um tanto diferente. Procuras direcções opostas às minhas. Cheguei a deparar-me com um beco sem saída, mas sabes, acabei por sair. Saltei o muro e segui em frente.» A rapariga desta vez, já não pedia insistentemente, durante as noites mal dormidas, durante os momentos de reflexão para voltar, mas para esquecer. Já não se perguntava «porquê», «como», mas implorava dias a fio, para uma abençoada amnésia, uma borracha gigantesca que apagasse do inicio até ao fim, aquele capítulo da sua vida. No seu coração pesava, a raiva que em tempos foi algo tão bonito. Com o passar dos dias, foi vendo e revendo, tudo o que não queria literalmente ver. Mesmo assim, procurava saber mais e mais, de cada passo, cada falha, cada glória, por muito que lhe custasse, queria que a verdade dolorosa, fosse um meio milagroso de seguir em frente. Rasgou todas aquelas páginas, era o recomeço. Não precisou de nada nem ninguém, o que antes era motivo de lágrimas, enxaquecas, agora, era motivo de risota e achava ridículo. Será que deu em maluca? - pergunto - Talvez fosse a melhor forma de disfarçar a dor que sentia, a saudade que tinha, ou lhe desse realmente piada. Espera, pensando melhor, até tinha uma pepita de comédia à mistura. Desde quando, em tempo algum, a pessoa que realmente gosta de nós, deixa-nos desamparados, sem saber para onde ir? Pode seguir um caminho oposto ao nosso, mas no entanto poderia ser um empurrão, uma ponte, algo mais que um figurante. No fundo, ao contrário do que pensou, quem esteve perdida não foi ela, mas quem fez-se despercebido e foi-se adaptando aos poucos, a algo onde não pertencia.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

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Custava-lhe escrever conjugado no passado. Sabia que a junção derivada de um 'tu e eu' e colada formando um 'nós', fazia credível um sempre. Será que ele não sentia o mesmo que ela? A rapariga sentia que o mundo era deles, ele fazia os seus dias mesmo com os gigantescos quilómetros que os separavam, o motivo do seu sorriso era o mesmo motivo que a levara a não ter apenas dias de sol, mas também dias de chuva. Foi tudo levado pelo vento, como se por segundos, rasgasse o pouco que tanto significava. Então, depois de pequenos longos minutos em silêncio, divagando e fazendo perguntas ao qual não obtinha resposta, pegou numa caneta e numa folha de papel em branco. Mordeu o lábio, não queria mais um dia de chuva, desta vez, não tinha quem antes lhe devolvia o sorriso quando lhe era esquecido. Uma gota desistiu de jogar às escondidas, e caiu gélida e salgada na folha que nada tinha escrito. Outra e mais outra, salpicaram a folha que agora já não estava em branco. Desta vez, não foi apenas um dia de chuva, uma tempestade, algo mais. Agora estava tudo nas suas mãos e nas suas mãos estava uma caneta que girava de roda dos seus dedos, sem parar. Sem mais nada pensar, escreveu em grande, de forma a que não houvesse mais espaço em branco: «Lembra-te, foste tu que fizeste, o final da nossa história»

A tua presença mantem-se ausente.

Tenho-te ao pequeno-almoço, almoço, jantar, durante as noites de televisão e tardes de filme, durante os choros incontroláveis e mesquinhas, tenho-te porque sim, porque quero e faço questão que a tua presença seja sentida, tu não foste. Entras e sais por qualquer porta, não te vejo, jogas, não ouço as palavras bruscas lançadas no vazio, comes, não sei de que maneira estás, andas de forma a que ninguém te note, o teu cheiro, o que é dele? Partir, não partis-te, não vi nem vejo as malas feitas. Se foste, levas-te parte de mim e deixas-te as malas por fazer. Já não me lembro da tua voz. O que depender de mim, viverás comigo para sempre. Se me deixas-te, eu não te deixo nunca. Eu, eu preciso tanto de ti. Se por algum motivo for, não pensarei duas vezes, senão ir para teu lado. 16.11.09

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

meu Príncipe Encantado

A minha cama não tem picos de manhã, tanto que me custa a acordar, após o dia cansativo anterior. Acordo na esperança, que venhas. Esfrego os olhos, um gesto não tão simples quanto isso, faço-o para acordar com os pés bem firmes na terra, sem poeira a ofuscá-los. Já fingi seres impossível, já li e reli a cabeça dos demais, mas eu acredito que existes, por aí algures. Permites que as miúdas te usem e elas permitem ser usadas, talvez queiras mais que isso, mais que uma fantasia, um capricho para completar um fim de um dia, noites consecutivas, para afogar mágoas, por vingança, ou como ir ao encontro de base para disfarçar uma borbulha enorme, não sei. Ou então, achas-te um tolo por a cabeça dos outros, não se identificar com a tua, sentes-te tímido quando gostas de alguém, tendes a ficar envergonhado, és ciumento mas engoles a seco. Não gostas de futebol, nem de jogos de computador, o teu passatempo favorito é olhá-la nos corredores, sabes de cor quantos sorrisos, quais e nas situações onde eles surgem. Ela ainda não sabe, mas conhece-la como ninguém. Podes ser um brutamontes, mulherengo e uma rapariga que queira mais do que tu dás, só estorva. Mas quando finalmente vê-la a passar com o seu grupo de amigas, fechas-te como uma tartaruga, mas esse teu ar do ‘sou o maior’ não desaparece. Não queres acreditar que estás apaixonado e negas, afinal, desde quando um garanhão como tu se apaixona? Serias gozado, ela é diferente de todas as outras, diferente de ti. Podes ser mil e uma coisas, não te conheço. Não te escondas, dá de caras com o teu verdadeiro ‘eu’ e vem. Podes ser muito mais do que aparentas ser, podes trocar um sonho que tens deitado, com outro real, que tens de pé. Não faças disto um jogo dos teus, brincar com o coração de uma rapariga e jogá-lo fora, é ser um motivo de lágrimas frequentes e dores de barriga dolorosas. Até esse teu ar orgulhoso, só teu, pode desvanecer-se por minutos, quando a guias e dás por ti guiado. Quando o teu sorriso se torna patético e frequente, quando se fazem àquilo que é ‘teu’, quando róis as unhas ao não dirigir-te nem uma única palavra durante o dia, quando tens sensações diferentes, emoções calorosas e uma vontade enorme e infinita de estares com ela, largando tudo. É o teu ponto de equilíbrio, o cem por cento, a ano zero, a linha do horizonte, a resposta para as tuas perguntas, vês-te de roda da vida da tua vida. Tens medo? Ó, deixa, também tenho, mas juntos, o medo é espezinhado pelo amor que nos une. Seja que sapo fores, vais tornar-te meu príncipe e ao encantares o meu mundo te chamarei de Príncipe Encantado e eu serei a tua princesa. Sou complicada, mas aos poucos descobres como lidar comigo. O tempo é um achado, quando decorre em câmara lenta, enquanto não apareces. No entanto, podes demorar, ou nunca chegares a vir. Eu fico à espera, por aqui algures, até que me procures.
P.S: onde estás?
Para ti, meu Príncipe Encantado

Companheiros

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